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Acção Social em Acção

Posted by Patrícia Pereira em 10/12/2009

Apoios e serviços de todos os gostos e feitios é o que podemos encontrar em Vila Real. De uma forma ou de outra todos são ajudados.
É na cidade de Vila Real que podemos encontrar dos mais diversos tipos de ajuda. A Câmara Municipal da Cidade de Vila Real tem entre mãos diversos projectos que têm como objectivo ajudar a população da cidade. A Câmara pretende que a sua população tenha as ajudas necessárias, para tal tem entre mãos projectos como: a Câmara Amiga, os Bairros Sociais, o Cartão do Idoso e o Cartão da Família Numerosa.

Idosos ou Famílias Grandes
Os cartões são um dos projectos de que a Câmara Municipal de Vila Real dispõe. Existem dois cartões, o cartão do idoso e o cartão da família numerosa.
O Cartão do idoso é destinado a todos os idosos com mais de 65 anos e que habitem no concelho há mais de 6 anos. Com este cartão os idosos têm direito a vários descontos: nas taxas da EMAR, em fisioterapia, nas piscinas municipais, em alguns medicamentos, em entradas no teatro, entre outros.
Este cartão do idoso pode ser total ou parcial, dependendo do valor da pensão ou salário que o idoso(a) recebe. Este é um cartão gratuito e basta fazer um pedido na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia para o adquirir.
Já o Cartão de família numerosa destina-se a famílias com pelo menos 3 filhos e, tal como no caso do cartão do idoso, que habitem no concelho há mais de 6 anos. Com este cartão as famílias também têm muitos descontos, como por exemplo, no passe dos transportes, têm direito a uma espécie de bolsa escolar anual, entre outros.
E tal como o cartão do idoso é gratuito, bastando também fazer o pedido na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia.

Câmara Amiga
Câmara Amiga é um dos projectos que a câmara tem para poder apoiar a comunidade vila-realense da melhor maneira possível. Como tal dispõe de várias ajudas, tais como, a Unidade Móvel de Saúde, a Oficina Domiciliária e a Loja ou Banco de Voluntariado.
A Unidade Móvel de Saúde consiste numa carrinha com uma enfermeira e uma técnica de serviço social. Esta carrinha sai todos os dias e vai pelo menos uma vez por mês a cada freguesia do Concelho de Vila Real. Esta carrinha procura “prestar apoio na saúde principalmente nas localidades mais distantes”, afirma funcionária da Câmara Municipal. A carrinha permite que a população, principalmente idosos e deficientes, com mais dificuldades de deslocação – ou por não ter transporte ou por não ter ninguém que os traga frequentemente a realizar estes testes – possam realizar rastreios simples, como por exemplo: medir a diabetes, a tensão arterial, fazer o controlo de peso, colesterol.
Outro serviço móvel de que a população pode dispor é a Oficina Domiciliária. Esta outra carrinha leva dois funcionários da câmara, que prestam auxilio aos idosos e deficientes. Estes funcionários fazem pequenos concertos domésticos, por exemplo: mudam lâmpadas, arranjam a canalização, torneiras avariadas, fios eléctricos que não funcionem, “concertos simples mas que estas pessoas não podem fazer e não tem quem os faça”, afirma ainda a funcionária da Câmara Municipal.
Para usufruir deste auxílio as pessoas têm de possuir o cartão do idoso. Caso o seu cartão seja total a pessoa não paga nada, nem o material nem o trabalho, já se o cartão for parcial paga apenas o material. Para que estes funcionários se desloquem até suas casas as pessoas devem chama-los ligando para a Câmara Municipal.
No caso da Loja ou Banco de Voluntariado a Câmara Municipal tem uma loja, perto do Teatro de Vila Real que recebe e doa bens. As pessoas dirigem-se à loja onde deixam bens materiais ou até mesmo comida, “quem tem uma mobília, electrodomésticos, roupa, calçado que não esteja em bom estado e queira doa-la, leva-a lá e nós distribuímos”, conta-nos a funcionária da Câmara. Caso alguém dê dinheiro, o que não é muito frequente, ele é convertido em bens materiais. A Loja organiza ainda, frequentemente, recolhas de comida, nos supermercados. Após a recolha e as doações verificam o que receberam e distribuem pelos que mais necessitam.

Os Bairros Sociais
A Câmara Municipal possui ainda os Bairros Sociais. Estes bairros sociais pretendem dar uma habitação àqueles que mais precisam e, por algum motivo, têm dificuldades para o conseguir.
Aqueles que quiserem fazer um pedido de habitação têm de mandar uma carta ao Presidente da Câmara a explicar sucintamente o caso, o porquê de querer a habitação. É depois feita uma avaliação pelos funcionários da Câmara, elaborando assim o processo, que fica a aguardar vaga.
Em Vila Real, todas as casas dos Bairros Sociais estão ocupadas e a lista de espera não pára de aumentar.
A funcionária da Câmara explica-nos como são escolhidas as pessoas quando existe alguma vaga.: “Sempre que existe uma vaga nós reavaliamos os pedidos na lista de espera que temos e realojamos a família que nos parece que tem mais necessidades”.
Normalmente, quando os habitantes dos bairros refazem a sua vida e passam a ter possibilidade de ter uma casa, dirigem-se à Câmara Municipal e entregam a chave. A funcionária afirma que normalmente as pessoas são bastante solidárias e ao entregar a chave dizem que querem dar a oportunidade a outra pessoa que precise, uma vez que eles já não precisam.

É na Câmara…
Normalmente é à Câmara Municipal do concelho que os habitantes de Vila Real se deslocam para pedir ajuda, ou para habitação, ou para comida, ou para roupa. Porém existem casos que são apresentados pelos Presidentes de Junta, por vizinhos, por familiares, ou pela segurança social. Na Câmara cada caso é um caso, todos são avaliados, é feita uma visita domiciliária e um relatório, só depois se decide como ajudar essas pessoas. No caso da resolução do problema não estar ao alcance do Município, o caso é reencaminhado para outras instituições, como a segurança social, o apoio à vítima, ou outra instituição que esteja mais vocacionada para resolver essa situação.
Em Vila Real ajudas não faltam. De uma maneira ou de outra, uns mais do que outros, mas aqueles que precisam de ajuda recebem-na.

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Reportagem no Mercado do Bolhão

Posted by Patrícia Pereira em 28/06/2009

“Só uma coisa te peço

Oh meu rico S. João

Que mantenhas sempre vivo

O mercado do Bolhão”

A maior e mais típica praça comercial da cidade do Porto encontra-se precisamente na baixa desta. Estamos a falar do Bolhão.

Bolhão significa “bolha grande” e isto deve-se ao facto de ter sido edificado sobre uma nascente de água que ali existia.

Foi mandado construir em 1837 pelo Presidente da Câmara Elísio de Melo e conduzida pelo arquitecto António Correia da Silva, tendo sido inaugurado em 1914. O intuito deste seria juntar todos os mercados num só. É pois de arquitectura neoclássica tendo, actualmente, em 2008, sido considerado imóvel de interesse público.

Devido à falta de estacionamento e à existência de hipermercados com horários flexíveis, houve uma redução de clientes, o que levou a uma redução de comerciantes, visto que em 1998 contava-se 440 e em 2008 contamos apenas 170, como podemos comprovar através dos seguintes depoimentos:

Dona Inês, florista, 30 anos de trabalho no mercado: “A única mudança que houve foi que há menos clientes derivado às superfícies que há, os supermercados e essas coisas assim, o que se nota o negócio pior”.

Dona Helena, padeira, 47 anos de trabalho no mercado: “A gente dantes trabalhava muito, agora não fazemos nada”.

Ao longo dos anos houve várias tentativas de restauração do mercado do Bolhão. O último projecto foi aprovado em 1998 pela Câmara Municipal do Porto e Ministério da Cultura mas ainda não avançou. Este visava manter o mercado original, criar uma rede de frio para conservação de alimentos, resolver a questão das cargas e descargas e consecutiva higiene alimentar pessoal, criar parque de estacionamento para os comerciantes e regenerar a edificação contígua ao mercado.

Houve ainda um processo em 2007 que ambicionava a demolição de todo o interior do mercado do Bolhão, construção de habitações de luxo e de um centro comercial, deixando apenas cerca de 3% de área total para o comércio tradicional.

Vários movimentos cívicos levantaram questões sociais e culturais para o impedir. Houve várias iniciativas, inclusive uma petição com 50 mil assinaturas e um cordão cultural do Bolhão que contou com a participação de vários artistas solidários com a causa.

No mercado do Bolhão existe uma interactividade bem patente entre vendedor e cliente, no sentido de dar a conhecer ao mesmo o local de onde provêm os alimentos, bem como o tratamento que os agricultores tradicionais lhes dão. Isto numa altura em que cada vez mais as grandes superfícies comerciais recorrem a mercados estrangeiros onde o uso de produtos químicos “provoca” o tamanho desejado dos mesmos para “vista” perante os clientes como é comprovado através do depoimento de Mariazinha que aí trabalha desde que nasceu:

“Eu comia papas com farinha, e eram muito boas com aquela gordurinha que era muito saudável, agora a carne não presta. O meu sogro morreu com 97 anos a comer carne de porco que ele criava…”

Contudo, apesar de todas estas promessas não terem sido cumpridas até agora, ainda existe uma réstia de esperança tanto nos comerciantes como nos clientes que ainda o frequentam como José que acredita que a Câmara ainda vai avançar com o projecto.

Por: Patrícia Pereira e Isabel Rocha

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